Aplicar as técnicas de “Elicitação” e a ciência de Humint (Human Intelligence) em cenários operacionais diversificados
”Elicitação”: o que é? Tive a oportunidade de abordar este assunto em 2007, mesmo tendo tido uma verdadeira abordagem científica em 2014, quando pela primeira vez, graças a um vínculo empregatício anterior, tive a oportunidade de convidar alguns especialistas da empresa norte-americana ” Phoenix Consulting Group ”para a Itália, para um curso sobre Elicitação.
Phoenix Consulting Group, é uma empresa de propriedade do gigante de defesa americana DynCorp International (agora adquirida pela Amentum), que vem fornecendo programas de treinamento de inteligência para o USASOC (United States Army Special Operations Command), NSWC (United States Naval Special Warfare Command),
DIA (Defense Intelligence Agency) e outras importantes agências governamentais da intelligência americanas, só para citar algumas.
Por ocasião desse evento organizado dentro de uma conhecida universidade italiana, que sempre foi receptora do mundo da inteligência italiana e além, tive a oportunidade de aprofundar essa extraordinária metodologia de aquisição de informações, que posteriormente dei uso e emprego até hoje.
Para descrever o que é Elicitação, vou simplesmente me referir à definição de J.C. Carleson (ex-agente da CIA): ”Elicitação” é o pão de cada dia de Humint: é o ato de obter informação”.
Uma definição que de alguma forma também esta alinhada com outros especialistas internacionais tal como Jonh Nolan, James Pyle e Clifford Ruggles (estes últimos dois meus mestres e mentores excepcionais), todos pertencentes aos mais altos níveis da Comunidade de Inteligência do Governo dos EUA.
Hoje quem trabalha profissionalmente no mundo da Inteligência, seja a serviço de um órgão do governo, da polícia ou de uma empresa privada, sabe muito bem que existe um mundo inteiro ligado ao mundo da HUMINT, esperando para ser explorado, mundo este que é explorado certamente por aqueles que têm tanto a formação como a experiência e sendo capazes de lhes permitir aplicar, uma arte muito refinada chamada ”Elicitação”.
Isso porque apesar de hoje existirem aproximadamente 4,36 bilhões de páginas indexadas, a partir das quais as informações podem ser acessadas por meio de operações OSINT (Open Source Intelligence), muitas vezes há informações protegidas, que só podem ser adquiridas por meio de operações de inteligência humana (HUMINT), e através do vetor ”Elicitation”.
A Elicitação como um todo
A ”Elicitação” é a arte de obter informações por meio de um estilo de conversação que maximiza o fluxo de informações sem levantar preocupações ou suspeitas na pessoa que está sendo elicitada.
A linha de fundo está ligada ao fato de que as pessoas gostam de falar sobre si mesmas, por isso é uma pedra angular das atividades de “Elicitação” e portanto, esse fator se torna a chave de leitura mais importante, o que torna as operações de ”Elicitação” absolutamente eficientes e excepcionais.
Claramente a parte mais difícil está ligada ao fato de que a Elicitação precisa ser aprendida e compreendida em todas as suas nuances, para ser aplicada com eficiência e também para fazer aquelas perguntas que tornarão a atividade produtiva, deve ser absolutamente planejada e não improvisado.
Nenhum tipo de abordagem pode ser feito sem o conhecimento do perfil psicológico do alvo selecionado e a conversa deve ser absolutamente planejada.
Um profissional capacitado e treinado poderá por meio de conversas e diálogos amistosos e formais, adquirir informações primárias sem que a pessoa eliciada possa de forma alguma perceber que é o alvo da coleta de informações, ou que forneceu informações importantes, informações importantes e decisivas.
Campos operacionais
Atualmente esta excelente ferramenta não é apenas prerrogativa do mundo da Inteligência, no sentido estrito da palavra, mas sua validade também tem sido reconhecida em outros setores importantes, como no mundo da operaçoes policiais, mídias e negócios.
Os jornalistas usam seus princípios diariamente, enquanto extraem informações e realizam entrevistas, para desenterrar informações ocultas ou verificar fatos para compartilhar com o mundo.
Profissionais de negócios experientes o empregam, desde entrevistas com possíveis funcionários para trabalhar em departamentos de feiras, até reunir fatos que impulsionam decisões revolucionárias, para ter sucesso em diversas atividades de negócios.
Os policiais podem usar técnicas de ”Elicitação” para obter informações cruciais durante as investigações relacionadas às atividades da polícia judiciária, para entrevistar suspeitos ou testemunhas.
A ”Elicitação” é uma ferramenta operacional universal, podendo se transformar em algo absolutamente imprevisível e não perceptível para a maioria dos elicitados.
